sábado, 21 de agosto de 2010

Que tipo de donos somos nós?


Geralmente, quando uma pessoa decide ter um animal de estimação, está pensando apenas em si ou em sua família. Raramente são levadas em consideração as características do animal, suas necessidades e carências. É importante lembrar que o animal é um ser vivo que tem individualidade, sente e reage segundo as atitudes de seus donos, por quem se afeiçoa.


DONO NERVOSO, CÃO NEURÓTICO


Indefesos, muitos bichos sofrem, sem reclamar, maus tratos de todos os tipos, sendo encarados por muita gente como objetos de uma certa utilidade, e que podem ser desprezados quando não são necessários ou no atendem às expectativas.

Segundo o criador paulista Nelo Pedra, existem pessoas que procuram ter um animal moldado à sua imagem e semelhança. Quase nunca estão conscientes disso, mas esse tipo de dono age assim: quem no fundo não se acha lá muito bonito tende a escolher a companhia de animais franzinos e carentes. Quem se acha lindo procura um animal vistoso e elegante. E tendem a contrariar a natureza, moldando o bichinho.

Quem é muito vaidosa costuma levar o cachorrinho frequentemente aos salões de beleza. É uma vida cheia de xampus, cortes de pêlo e escovas que acabam se transformando em sessões de tortura.

Mas, ainda segundo Nelo Pedra, existem também as pessoas que procuram, nos animais, o seu contrário, esperando que sejam tudo aquilo que não conseguem seres humanos. Estas, da mesma maneira, tratam o bicho como uma extensão de si, desrespeitando sua personalidade.

“Pessoas frágeis, medrosas, às vezes procuram cães de guarda, geralmente muito grandes, que chamam a atenção pela bravura”, afirma Nelo. São mulheres magras que compram cães gordos, ou as nervosas que preferem animais pequenos, para descarregar neles sua insegurança e ansiedade.

DONA DOENTE? REMÉDIO NO GATINHO!

Outro erro comum é buscar nos animais o sobrenome famoso que não se tem. Nelo Pedra reconhece que ‘muita gente compra cães com pedigree numa tentativa de conseguir aceitação social, parecer gente fina’’.

É bom lembrar ainda as pessoas solitárias, que deixam por conta de poodles ou yorkshires a alegria de suas vidas. Esses cães são muito brincalhões e carinhosos, mas, quando a pessoa descobre que na verdade um cachorro não resolve problemas íntimos, acaba muitas vezes desprezando- o.

Tem também o dono com mania de doença (o chamado hipocondríaco) . Ele costuma entupir seus bichinhos de remédios (invariavelmente sem receita do veterinário), simplesmente por achar que o animal sofre de doenças na verdade inexistentes.

Mais cruéis são as pessoas que querem que o seu cachorro tenha um crescimento acelerado, fazendo o coitado ingerir anabolizantes.

Também merecem urna bronca as donas muito comilonas, que deixam seus bichos engordar demais, favorecendo problemas cardíacos, de pele, enfraquecimento dos dentes e morte precoce.

Se você vestiu a carapuça e se identificou com algum desses tipos humanos descritos aqui, não se martirize, mas preste atenção ao seu comportamento e procure dar ao seu bicho o respeito que ele merece.
Daniela Oliveira
Consultoria: Nelo Pedra (já falecido)
A S D A N - Associação Sandumonense em Defesa dos Animais
C.N.P.J.: 06.131.060/0001-20
Lei Municipal de Utilidade Pública nº 3.578/04
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